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22 de abril de 2012

A história do Tabuleiro Ouija

Dias atrás vi um filme, desses, tipo “B”, onde as personagens utilizavam um tabuleiro Ouija. Sempre tive curiosidade de saber como isso tudo começou. Também sempre tive vontade de jogar num deles, mas, e o medo? E fui pesquisar na internet…
Ouija – o tabuleiro falante

Tudo começou em 1948 em uma pacata cidade chamada Hydesville, condado de Nova Iorque. Duas irmãs, Kate e Margaret Fox, contataram o espírito de um mascate que havia morrido em circunstâncias misteriosas anos passados. Logo a notícia se espalhou pela América Latina e partes da Europa. Era o nascimento do moderno Espiritismo.
Todos queriam se comunicar com os mortos. As organizações espíritas saiam para a luz, e os médiuns, a porta de comunicação com o outro lado, eram solicitados para realizar sessões espíritas. Essas pessoas, que atuavam como intermediários entre os espíritos e os seres humanos, inventaram uma variedade de maneiras interessantes de contato com o mundo dos mortos. A mesa que se movia era um deles. O médium e os participantes da reunião colocavam seus dedos levemente sobre a mesa e esperavam o contato espiritual. De repente, a mesa se inclinava e se movia, batendo no chão, tão freqüentemente e dando o número de batidas da letra do alfabeto que queria comunicar. Dessa maneira, a misteriosa força que movia a mesa, ia soletrando as palavras uma a uma.
Outra forma mais silenciosa era a da escrita automática, conhecida como psicografia. O médium se concentrava para manter o contato com a vida espiritual e, quando conseguia, começava a escrever em papel de forma descontrolada, exibindo mensagens. A caneta só tinha que ser apoiada sobre a mão do médium e o espírito tomava o controle da escrita.

Uma variante engenhosa, mas que com o tempo foi cada vez menos utilizada, consistia em colocar na base de uma pequena prancha de madeira em forma de coração, duas suaves guias na parte mais larga, e um lápis na ponta, o que seria o terceiro apoio dessa guia, permitindo rodar e escrever a mensagem em uma folha de papel. Porém, escrever com essa prancheta era um desafio – apenas se manteria o instrumento centrado no papel o tempo suficiente para obter uma mensagem decifrável. Por isso muitos médiuns preferiram transmitir a voz do outro mundo através de um estado alterado de consciência, ou seja, entrando em transe.
E assim foram surgindo diversos instrumentos para manter o contato com o mundo espiritual, muito embora a maioria carecesse de eficácia, sobrava imaginação. Apesar disso tudo, as empresas de brinquedos aproveitaram a oportunidade de trazer esses produtos para o mercado, alcançando grande popularidade nos Estados Unidos e Europa, a tal ponto que em 1886 um novo tabuleiro com as letras do alfabeto e números, deixou todos os demais em segundo plano. Chamaram-no de “tabuleiro falante.”
Um jornal da Califórnia publicou um artigo que dizia algo como:
“Um tabuleiro que fala misteriosamente… Não há nenhum nome para defini-lo. Porém eu tenho visto e ouvido coisas maravilhosas, coisas que estão além da compreensão humana. Mas o que é esse tabuleiro? Ele pode ser retangular, com tamanho de umas 18 ou 20 polegadas. E nele está escrito um “sim” e um “não” para iniciar a conversa. Algumas palavras de saudação, letras do alfabeto. E qualquer um pode usá-lo. Tome o tabuleiro em seu colo, outra pessoa da mesma maneira se senta na sua frente e ambos colocam sobre o indicador o dedo polegar. Então se faz a primeira pergunta, como, por exemplo, “alguém quer falar com a gente? E logo você acha que a outra pessoa está empurrando o indicador. E ele pensa que é você. Mas, o indicador se move sozinho para sim ou para o não. Então, se for para o sim você decidiu quais perguntas fazer e as respostas vão sendo mostradas, uma letra após a outra. ”
Era assombroso e sua fama se espalhou como fogo em toda a América e Europa. O novo tabuleiro era simples, não requeria nenhuma habilidade especial dos participantes. Quando o indicador se movia por si mesmo, era fascinante, não importava o que ele dissera, o fato era misterioso por si só e cheio de encanto.
Foi Charles Kennard quem chamou o tabuleiro de Ouija. A origem do seu nome não se sabe muito bem, diz-se vir de uma antiga palavra egípcia que significa boa sorte. Mas é mais provável que o nome venha do nome da cidade marroquina Oujda.
Mas foi William Fuld, quem entrou para a história como o pai do tabuleiro Ouija. As empresas de Fuld elaboraram truques de marketing para reinventar a história da Ouija, inclusive até dizendo que foi o inventor e que seu nome era a fusão entre a palavra francesa “oui”, que significa, sim, com a palavra alemã “ja” com o mesmo significado. Também disse outras coisas tão improváveis que o povo tomou a Ouija como diversão, como qualquer outro jogo. Fuld dirigiu a companhia durante 25 anos e, em fevereiro de 1965, subiu para o telhado de sua fábrica na Rua Harford, em Baltimore, para supervisionar o transporte de algumas mercadorias. Uma madeira do teto cedeu e Fuld caiu, encontrando a morte.
A partir de então começam a produzir Ouijas com muitas variações e desenhos, inclusive fazia-se tabuleiros em edições especiais e de alta qualidade, para colecionadores.
As imitações adotaram nomes variados, como “o mensageiro sem fio”, ou “o tabuleiro falante”, inundando as lojas com uma grande variedade de desenhos. Os mais valiosos eram aqueles de estilo egípcio, chamados de tabuleiros místicos. Todos queriam ter um, e era difícil a casa que não tinha um tabuleiro Ouija – os fabricantes enganavam as pessoas dizendo que o tabuleiro falante era um jogo e que, com ele, ninguém ficaria entediado. Hoje, como no passado, existem empresas que produzem variantes interessantes dos tabuleiros falantes. Muitos têm desenhos luminosos, os quais tentam esconder o grande cuidado que se deve ser com esse tipo de coisa que até hoje não sabemos muito bem como funciona.

E você, tem medo do tabuleiro Ouija?





Postado por @Vinicius_Prata_

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