Primeiramente, já aviso de antemão que as histórias que
narrarei, em sua maioria, não aconteceram diretamente comigo, mas com
meus pais e meus avós, que sempre residiram afastados da cidade, lugares
cheios de crenças, superstições e histórias misteriosas. Não posso afirmar se de fato ocorreram ou se são provenientes de momentos de muito medo.
Esta história ocorreu durante a infância da minha mãe, em meados dos anos 60, quando ainda residia no município de Soledade de Minas - localizada ao sul de Minas Gerais. Por ser muito afastada do centro urbano e pertencer a uma família muito humilde, não havia eletricidade na casa, e toda a iluminação era feita à base de lampiões de querosene. Moravam na casa, ao todo, 6 pessoas, minha avó e avô e, naquele tempo, suas quatro filhas. Muito embora trabalhassem bastante, o dinheiro obtido das costuras de minha avó e o da carpintaria do meu avô não eram suficientes para sustentar a família e as despesas da casa, o que os levava a fazer trabalhos extras para aumentar a renda. Um destes trabalhos extras era a confecção de bolsas artesanais, feitas com tranças de palha de milho, muito populares naquele tempo. Minha avó ensinou o ofício para as crianças para que pudessem ajudar, e foi em uma tardinha de trabalho que o fato misterioso aconteceu.
Após um tempo de experiência fazendo bolsas ao lado da minha avó, as crianças já podiam confeccioná-las sem supervisão, fator este que permitiu a dedicação de seu tempo com outros afazeres mais urgentes. Minha avó sempre foi muito rígida em relação a tudo e não gostava de bagunça na casa, exigia que limpassem tudo quando acabassem o serviço, mas a limpeza deveria ser feita antes do anoitecer, porque, segundo ela, varrer à noite traria coisas ruins, chamaria o demônio ou coisa parecida. Porém, segundo minha mãe, eram muitas bolsas para confeccionar ainda que todas as irmãs ajudassem, o que não acontecia, pois duas delas eram muito novinhas e além de não poderem ajudar, ainda exigiam cuidados - na casa de minha mãe, como em muitas casas na roça, os irmãos mais novos são cuidados pelos mais velhos. Por fim, minha mãe e sua irmã mais velha tinham uma carga de trabalho muito grande e, por mais que começassem a trabalhar a tarde, jamais terminariam antes do anoitecer.
Houve então um dia em que não conseguiram terminar todo o trabalho antes das 20h, era muito tarde para limparem a casa mas não poderiam deixar de limpar a bagunça da palha de milho, pois de certo apanhariam quando a mãe descobrisse. Foi um impasse para as duas, tinham de limpar a casa, mas isso traria coisas ruins, segundo o que minha avó tinha ensinado. Acabaram decidindo por limpar, com muito medo - tanto da "coisa ruim" quanto da minha avó -, juntaram toda a palha excedente em um canto da casa e, quando foram varrer para o lado de fora da casa, viram um clarão do lado de fora, que veio em direção à palha, que começou a pegar fogo. Segundo minha mãe, fecharam a porta e foram direto para a cama, apavoradas.
Quando pergunto se houve de fato fogo ou não, ela não sabe responder, estavam com muito medo para que fossem verificar o que havia ocorrido.
Esta história ocorreu durante a infância da minha mãe, em meados dos anos 60, quando ainda residia no município de Soledade de Minas - localizada ao sul de Minas Gerais. Por ser muito afastada do centro urbano e pertencer a uma família muito humilde, não havia eletricidade na casa, e toda a iluminação era feita à base de lampiões de querosene. Moravam na casa, ao todo, 6 pessoas, minha avó e avô e, naquele tempo, suas quatro filhas. Muito embora trabalhassem bastante, o dinheiro obtido das costuras de minha avó e o da carpintaria do meu avô não eram suficientes para sustentar a família e as despesas da casa, o que os levava a fazer trabalhos extras para aumentar a renda. Um destes trabalhos extras era a confecção de bolsas artesanais, feitas com tranças de palha de milho, muito populares naquele tempo. Minha avó ensinou o ofício para as crianças para que pudessem ajudar, e foi em uma tardinha de trabalho que o fato misterioso aconteceu.
Após um tempo de experiência fazendo bolsas ao lado da minha avó, as crianças já podiam confeccioná-las sem supervisão, fator este que permitiu a dedicação de seu tempo com outros afazeres mais urgentes. Minha avó sempre foi muito rígida em relação a tudo e não gostava de bagunça na casa, exigia que limpassem tudo quando acabassem o serviço, mas a limpeza deveria ser feita antes do anoitecer, porque, segundo ela, varrer à noite traria coisas ruins, chamaria o demônio ou coisa parecida. Porém, segundo minha mãe, eram muitas bolsas para confeccionar ainda que todas as irmãs ajudassem, o que não acontecia, pois duas delas eram muito novinhas e além de não poderem ajudar, ainda exigiam cuidados - na casa de minha mãe, como em muitas casas na roça, os irmãos mais novos são cuidados pelos mais velhos. Por fim, minha mãe e sua irmã mais velha tinham uma carga de trabalho muito grande e, por mais que começassem a trabalhar a tarde, jamais terminariam antes do anoitecer.
Houve então um dia em que não conseguiram terminar todo o trabalho antes das 20h, era muito tarde para limparem a casa mas não poderiam deixar de limpar a bagunça da palha de milho, pois de certo apanhariam quando a mãe descobrisse. Foi um impasse para as duas, tinham de limpar a casa, mas isso traria coisas ruins, segundo o que minha avó tinha ensinado. Acabaram decidindo por limpar, com muito medo - tanto da "coisa ruim" quanto da minha avó -, juntaram toda a palha excedente em um canto da casa e, quando foram varrer para o lado de fora da casa, viram um clarão do lado de fora, que veio em direção à palha, que começou a pegar fogo. Segundo minha mãe, fecharam a porta e foram direto para a cama, apavoradas.
Quando pergunto se houve de fato fogo ou não, ela não sabe responder, estavam com muito medo para que fossem verificar o que havia ocorrido.
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